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Monte das Oliveiras: PATER NOSTER


No alto do Monte das Oliveiras, uma pequenina porta dá acesso ao sítio administrado pelas irmãs carmelitas chamado de Igreja do Pater Noster.

Uma tradição muito antiga aponta a gruta como o local em que Cristo ensinou os seus discípulos. Eusébio de Cesaréia disse: "naquela caverna, o Salvador do Universo iniciou os membros de seu clã em mistérios inefáveis". O livro apócrifo do Atos de João (séc. III) menciona no capítulo 97 uma caverna no Monte das Oliveiras onde Jesus ensinava seus discípulos, sem, no entanto, mencionar a Oração do Senhor.

Essa anciã caverna já foi associada à ascensão de Jesus Cristo e também ao momento que o Mestre chorou ao profetizar a destruição de Jerusalém. Em 330 d.C., o imperador Constantino inaugurou, à pedido de sua mãe, a rainha Helena, uma igreja com três pavimentos em comemoração à ascensão de Jesus Cristo. Essa igreja ficou conhecida como Eleona (do grego, das oliveiras ).

A igreja foi referida pelo Peregrino de Bordeux (333 d.C.) e pela famosa peregrina Egéria (384 d.C.). Aliás, Egéria chama a igreja pelo nome de Eleona. Na sua época o local de veneração da Ascenção de Jesus havia sido movido para o cume do Monte das Oliveiras e Eleona era relacionada como local do ensinamento de Jesus lido em Mateus 24:1 a 26:2. Egéria relata ter lido esse trecho do evangelho na terça-feria da semana santa.

Como acontece com frequência em Jerusalém, Eleona foi destruída pelos persas em 614 d.C. Mesmo em ruínas, o local continuou venerado, mas passou a ser relacionado com a Oração do Pai nosso.

Em 1152 (séc. XII), um bispo dinamarquês financiou a construção de uma igreja no local pelos cruzados que a batizaram de Pater Noster. Lembre-se que era assim que o local estava relacionado quando os cruzados chegaram. O bispo e seu mordomo foram sepultados no local.

Há descrições de peregrinos mencionando placas de mármore contento a Oração do Senhor em hebraico e grego. Escavações arqueológicas descobriram uma placa de mármore com uma versão em latim. Com a conquista de Saladino, a igreja é danificada em 1187 e completamente destruída em 1345. As pedras das ruínas foram vendidas à judeus para se fazerem lápides no vale de Josafá.

A igreja atual foi construída em 1874 pela italiana Aurélie de Bossi, casada com um príncipe francês e conhecida como Princesa de la Tour d'Auvergne. Ela comprou a terra e fez uma busca intensa pela gruta. A princesa, especialmente devota à Oração do Senhor, morreu em 1889 sem no entanto encontrar a gruta.

A caverna só foi redescoberta junto com as fundações da igreja bizantina nas escavações arqueológicas de 1910. Começou-se então a reconstrução da antiga igreja bizantina, mas as obras estão paralisadas até os dias de hoje. Mesmo assim dá pra se ter uma boa idéia de como era no século IV. Atendendo ao seu último desejo, Aurélie está sepultada no local.

Na igreja bizantina parcialmente reconstruída, estão os degraus que levam à famosa gruta. Na gruta ha pilares de pedra, concreto e mármore, alem de um túmulo do primeiro século que havia sido escondido por Constantino, mas que é visível hoje.

As paredes ao redor do claustro são decoradas com incrustações de placas de cerâmica contendo a oração do Senhor em 140 idiomas, incluindo o português do Brasil e o guarani. Em seu site online, o convento oferece mais de 1400 traduções da famosa oração.

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