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Hagia Sofia, uma anciã impressionante. Parte 02


Agora que você já sabe bastante coisa sobre Hagia Sofia, irei te mostrar alguns detalhes curiosos e interessantes dessa antiga construção de Istambul que é a primeira obra-prima da arquitetura bizantina, influenciando tanto o arquitetônico litúrgico da Igreja Ortodoxa Oriental como da Igreja Católica Romana e do mundo muçulmano. Realmente mudou o mundo da arquitetura.

A Casa de Deus é um local que jamais deve estar fechado aos seus filhos. Levando essa verdade à sério, essa porta foi construída assim como nas fotos. Ela está propositalmente impedida de ser fechada. Foi construída e instalada exatamente como se vê, sob o nível do chão!

Essa é a grande porta do Imperador. Maior e mais ornamentada que as demais, exibe ao centro dois símbolos estranhos. A explicação para isso é que as duas retas verticais foram originalmente partes de duas cruzes. Quando Ayasofya foi convertida em mesquita, o patibulum (parte horizontal da cruz) foi removido, ficando apenas o stipes (parte vertical da cruz).

É impressionante vermos os desgastes, rachaduras, remendos e desalinho dos mármores nos pisos e soleiras de Ayasofya. São resultados de quase um milênio e meio de pisoteio, limpezas, terremotos e restaurações. Algumas colunas também sofreram com os abalos sísmicos e estão nitidamente inclinadas.

O ΙΧΘΥΣ, o símbolo cristão mais antigo. Sabe-se lá quanto foi "entalhado" na coluna e no parapeito. Em outra coluna uma cruz cristã "arranhada". São detalhes e segredos que se descobrem como num filme de Dan Brown. É fascinante! Não dá pra explicar a emoção e a vibração desse local. Um bom guia, como no meu caso Ahmet Okay, poderá te revelar alguns segredos de Ayasofya.

Em outro local do mármore do parapeito de Ayasofya há também um "grafite" feito por um mercenário viking do século nove. Está escrito "Halvdan estava aqui". Um famoso grupo de vikings fez parte do regimento da guarda imperial de Istambul chamado "Varangian".

Inscrição Viking

Para subir e descer do segundo pavimento, Hagia Sofia oferece antigas rampas com vários lances. É um momento para ser apreciado com dedicação. No chão, segmentos com pedras polidas pelos pés de devotos ao longo dos séculos ou então desgastadas para evitar acidentes. Nas paredes, pedras e tijolos desgastados e aparentes unidos com argamassa assim como no teto e nos arcos de sustentação. A gente se sente como se estivesse nas "entranhas" desse lugar maravilhoso.

Pinturas, afrescos, mosaicos e decorações artísticas maravilhosas de várias eras decoram Ayasofya. Cenas e personagens bíblicos, o imperador e a imperatriz, Jesus, desenhos geométricos do período iconoclasta (sec. VIII e IX), o IΧΘΥΣ e decorações islâmicas estão espalhadas por todo o prédio. Santa Sofia foi decorada e redecorada algumas vezes. Por causa da cisterna no subsolo, muitas obras deveriam estar perdida mas, escondendo os motivos cristãos sob o gesso, os muçulmanos acabaram protegendo os trabalhos mais antigos da umidade. É provável que muito ainda esteja sob o gesso islâmico. Ayasofya também exibe orgulhosa muitos capiteis esculpidos com precisão e beleza.

Durante a conversão islâmica de Santa Sofia, muitas cruzes de metal foram removidas. Outras, esculpidas em mármore tiveram seu patibulum removido.

Quatro anjos estão ao redor da cúpula principal da igreja que é sustentada, ineditamente, por quatro pendentes. Tiveram seus rostos cobertos no período islâmico, mas, durante a ultima reforma, o estuque foi removido de um dos anjos e é possível ver o rosto deste nas fotos abaixo.

Na cúpula principal de Hagia Sofia já figurou a imagem de Jesus Cristo. Derrubada por um terremoto foi refeita sem nenhum tipo de ícone. No período muçulmano, sendo proibido qualquer tipo de imagem humana, foram descritas em árabe as características físicas de Jesus.

Um cenotáfio no segundo piso marca o túmulo de Enrico Dandalo, Doge de Veneza, que foi responsável, com mais de 90 anos de idade, pelo saque de Constantinopla em 1204. Foi sepultado em Hagia Sofia, mas teve seu túmulo destruído na invasão otomana de 1543

Próximo à saída há uma coluna conhecida como Pilar de São Gregório, o Taumaturgo. Reza a lenda que tem poderes de cura para aqueles que colocam o dedo na perfuração de bronze do pilar, e girá-lo a 360 ° no sentido horário.


"Dr. Felipe considera que a terra de Israel foi agraciada pelo sobrenatural, pelo natural e pelo humano; é sem-segundo quando se trata de paisagens, história, religião e cultura; e oferece todos esses ingredientes àquele que a descreve, em um caldeirão que vem sido mexido e temperado há milênios por mãos humanas e divinas. Para ele, Israel é uma musa de inspiração que convida à sua contemplação e profusa tradução artística. Ele aceitou o convite."

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